Degelo do Ártico pode liberar gases perigosos e agravar o aquecimento global
Por Conteúdo e Produto | 01/06/2025

O degelo do Ártico está se tornando uma das maiores ameaças climáticas da atualidade. Pesquisas indicam que o derretimento acelerado do permafrost, o solo permanentemente congelado, pode liberar uma quantidade impressionante de gases de efeito estufa, como metano e dióxido de carbono, intensificando ainda mais o aquecimento global.
O que está acontecendo no Ártico?
Na região do Alasca e da Sibéria, cientistas vêm observando mudanças preocupantes no solo. Árvores estão tombando, a terra está cedendo e áreas antes estáveis se transformaram em solos lamacentos e encharcados. Isso tudo é resultado do chamado degelo abrupto do permafrost.
Esse fenômeno atinge, por enquanto, cerca de 5% do permafrost do Ártico. Mas, segundo pesquisadores liderados por Merritt Turetsky, essa pequena porção já pode ser suficiente para dobrar a quantidade de gases do efeito estufa liberados por esse tipo de solo. O estudo foi publicado na revista científica Nature Geoscience.
Como o permafrost influencia o clima global?
Quando o permafrost descongela, ele libera matéria orgânica que estava preservada no gelo há milhares de anos, como folhas, raízes e restos de animais. Essa matéria se decompõe e libera gases perigosos, como o metano, que é dezenas de vezes mais potente que o CO₂ em termos de impacto climático.
Esse processo pode criar um ciclo vicioso: mais calor causa mais degelo, que libera mais gases, que aumentam ainda mais a temperatura do planeta.
O que é permafrost e por que ele é tão importante?
O permafrost é um tipo de solo que permanece congelado durante dois ou mais anos consecutivos. Ele é encontrado principalmente nas regiões mais frias do planeta, como o Ártico, partes do Alasca, Canadá, Sibéria e norte da Escandinávia. Em algumas áreas, o permafrost pode ter centenas de metros de profundidade.
Esse solo é composto por uma mistura de terra, rochas e grande quantidade de matéria orgânica congelada, como folhas, raízes e até restos de animais que morreram há milhares de anos. Essa matéria ficou preservada no gelo por milênios, até agora.
Qual a importância do permafrost para o equilíbrio climático?
O permafrost funciona como um gigantesco reservatório de carbono. Com o aumento das temperaturas globais e o consequente derretimento desse solo, uma parte significativa desse carbono pode ser liberada na forma de gases do efeito estufa, agravando a crise climática.
Além disso, o permafrost tem um papel importante na estabilidade do solo em regiões árticas. Seu degelo pode causar deslizamentos, afundamentos e danos à infraestrutura de comunidades locais, como casas, estradas e oleodutos.
Degelo do permafrost e seus riscos ocultos
Outro risco associado ao derretimento do permafrost é o reaparecimento de antigos microrganismos, vírus e bactérias adormecidos no gelo há milênios. Cientistas já detectaram sinais de microrganismos potencialmente patogênicos em amostras descongeladas, o que levanta preocupações sobre possíveis surtos de doenças desconhecidas.
Portanto, compreender o comportamento do permafrost e suas consequências é fundamental para planejar ações globais de mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
O que os cientistas vêm observando serve como um forte sinal de alerta. Embora o degelo do Ártico libere gases perigosos em áreas pontuais por enquanto, o potencial de impacto global é gigantesco. A liberação desses gases aprisionados por milênios mostra que o Ártico não é apenas uma vítima do aquecimento global, mas também um agente que pode agravá-lo ainda mais.